Os piores tempos
Já passaram da berlinda
Foram os melhores momentos
Das nossas vidas
Cada ano dura menos
Do que doze meses
Uma dose de pensamento
Dobra num dia desses
Parece trágico
Não querer nada
E o desejo de algo
É o eixo da estrada
Eu não sei quantas vezes
Fui sem ter vivido
Eu não sei quantos deuses
Ficam me ouvindo
Os piores tempos
Não serão os dias futuros
Foram senhores ensinamentos
Pontes no lugar de muros
Vivo como posso,
Agora nunca é cedo
Porque tenho ideias
Do nada e maturadas
Eu me julgo e me jogo
Jamais deixo que o receio
Do erro me impeça
Do projeto, da jangada
Eu não sei quantas vezes
Serei fora de senso
Eu não sei quantos deuses
Ficarão me vendo.